sábado, 14 de fevereiro de 2009

RÉPLICA AO BISPO





Aqui estão alguns fragmentos da obra que pretende fazer uma análise/constestações das mentiras constantes no livro "O Bispo - A História revelada de Edir Macedo". Para lê-lo na íntegra é preciso acessar o site www.freitasbastos.com
 
 
S U M Á R I O


I - INTRODUÇÃO

II - DEUS ADMITE O ABORTO?

III - E A FAMÍLIA?

IV - O LIVRO PASSO A PASSO

V - PRISÃO INJUSTA?

VI - O “PASSO A PASSO” COMPLICA!

VII - MAIS EQUÍVOCOS

VIII - NASCE UMA NOVA “IGREJA”

IX - ADMINISTRANDO O “IMPÉRIO”

X - DIVIDIR PARA MULTIPLICAR

XI - ENSINANDO A FÉ ÀS MULTIDÕES

XII - BRINCANDO COM COISAS SÉRIAS

XIII - ATINGINDO A META

XIV - AGINDO COMO DAVI

XV - LEGALIZANDO A ILEGALIDADE CRISTÃ

XVI - RATIFICANDO NOSSO PENSAMENTO

XVII - ESCANCARANDO A PERSONALIDADE

XVIII-CONTROVÉRSIAS QUE INTRIGAM

XIX - CHOVENDO NO MOLHADO

XX - NENHUMA PALAVRA!

XXI - JULGAMENTO FINAL


I – INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende fazer a análise da conduta de uma dessas “igrejas” que, pelo que se conhece de suas práticas, se assemelha aos milhares de outras que trilham o mesmo caminho, produzindo muito ruído e sensacionalismo, num esforço quase sobrenatural para tornarem-se visíveis numa sociedade cada vez mais carente de Deus. Só que, infelizmente, elas cometem graves erros de doutrina; e ensinam a seus seguidores esses mesmos erros, produzindo um círculo vicioso difícil de ser contido.
Há algum tempo tive a oportunidade de ler o livro “Ramsés” cujo autor francês, Christian Jacq, atribui a si próprio o título de Ramsés, tal a admiração que nutre pelo personagem histórico – um dos maiores faraós do antigo Egito. Alguns amigos que tinham também lido a obra comentavam-na comigo, dizendo-se frustrados com a Bíblia, porque no livro do Êxodo a narrativa dá conta das derrotas impostas ao faraó por Moisés: as dez pragas, a derrota no mar vermelho, a fuga de todos os israelitas com os despojos dos egípcios... Agora aparece um “livro de história”, de um autor que merece crédito porque pesquisou “profundamente” todos os acontecimentos daquela época, para quem Moisés não passou de um personagem obscuro; um lunático; alguém supersticioso; desprezível; um derrotado que escolheu abandonar o fausto da corte do faraó para refugiar-se no deserto onde só encontrou privações. Nada de liderar o povo rumo à terra prometida. Nem a menção da partida dos israelitas aparece no livro.
“Esse autor merece crédito, porque se baseia em observações científicas, ele próprio um arqueólogo a efetuar escavações in loco” diziam-me.
Na obra os feitos de Ramsés são descritos com admiração. O herói é o mais bem dotado em sabedoria, o mais formoso dos homens de sua época, um semi-deus. Minha atitude diante desses amigos era argumentar que um autor que admira tanto um personagem só pode entusiasmar-se ao relatar seus aspectos positivos. Os pontos negativos (se é que existem!) são, propositadamente, ignorados para que o herói não tenha o seu brilho ofuscado. De sorte que somos obrigados a engolir a ficção como verdade, a imaginação como realidade, levando muitos desavisados a mudar de opinião sobre fatos relevantes até então cristalizadas no consciente como verdadeiros.


E hoje terminei a leitura de
“O Bispo – A História Revelada de Edir Macedo, uma co-autoria de Douglas Tavolaro e Christina Lemos, publicação da Larousse do Brasil Participações Ltda.
Diferentemente do que ocorreu com o autor de “Ramsés”, acredito que os autores dessa reportagem biográfica, por dever de ofício, foram levados a relatar fatos e a transitar por temas cujas opiniões pessoais são divergentes. Mas por profissionalismo, e atendendo ao pedido do empregador, elaboraram o trabalho que passo a analisar nas páginas seguintes à luz das Sagradas Escrituras.
Minha missão, nesse caso, torna-se espinhosa porque é extremamente difícil discorrer sobre a obra sem fazer referências à pessoa do autor, por mais que se esforce para isso. É bom enfatizar desde o início que não os conheço pessoalmente, embora quase todos os dias a veja nos telejornais da emissora de propriedade do biografado. Admiro o seu trabalho como repórter, pois é uma das melhores do país. Quanto a ele, a missão é ainda mais difícil, uma vez que não vejo nem sua figura na TV, pois atua nos bastidores. Mas, dizem os entendidos, pela obra se conhece o autor, e é isso o que me conforta.
Falando em dificuldade de julgamento, já antevejo o quanto de imparcialidade vou precisar para não cair na tentação de julgar a pessoa do biografado, uma vez que meu único objetivo é tratar única e tão somente de suas opiniões, das idéias que fez constar no livro e que, portanto, já são de domínio público, até porque também não o conheço pessoalmente. Apenas o vejo em seus programas de televisão. Como cristão meu objetivo é demonstrar seus equívocos e constatar seus acertos – raros, mas existentes –, uma vez que, dizendo-se também cristão, ele é líder espiritual de uma multidão de fiéis.
Então, vamos à obra.

                                                                               ( ... )

 
II - DEUS ADMITE O ABORTO?

Logo de início vejo a necessidade de considerar o que disse o nosso personagem, nas páginas 223/224 do livro de que estamos tratando, em relação ao aborto:
_ “Sou a favor do aborto, sim. A Bíblia também é”.
E leu aos autores do livro o trecho do Eclesiastes, capítulo 6 – versículo 3:

“Mesmo que tivesse tido cem filhos e vivido muitos anos, se não encontrou satisfação nos bens que possuía e nem mesmo tivesse um túmulo, garanto que um aborto é mais feliz do que ele”.

Antes de tudo é preciso lembrar que o aborto é quase um tabu na Bíblia. Além da passagem acima – lida pelo pregador – existem outras poucas referências explícitas, como exemplo o livro de Jó, capitulo 3 - versículo 16; Salmo 58 - versículo 9; Êxodo capítulo 23 - versículo 26. De sorte que as opiniões sobre esse assunto, devem se pautar pelo discernimento natural, em vista do todo que está contido nas Sagradas Escrituras. Por exemplo, devemos lembrar que Jesus disse: “eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância”.
Considerar que a Bíblia é favorável ao aborto baseado no trecho do Eclesiastes acima demonstra incapacidade de interpretação e pobreza intelectual, sugerindo que a pessoa que assim o interpreta, se iniciado no estudo das sagradas escrituras, transita entre a ingenuidade e a má fé.
Aquele texto até admite a existência do aborto, mas como uma grande desgraça. O homem infeliz ao extremo, para quem não há mais esperanças, estaria melhor se tivesse sido abortado.
Do mesmo modo, as demais menções encontradas na Bíblia se referem ao aborto como a uma desgraça. Logo, a Bíblia não é favorável ao aborto; aquela opinião não é mais que um devaneio de quem assim se posicionou.
Mesmo considerando que esse pequeno fragmento do Eclesiastes foi extraído de um contexto mais abrangente, não é possível aceitar o argumento de recomendação ao aborto. Se não vejamos o que está escrito logo a seguir, e que foi omitido na leitura que fez o biografado – nos versículos 4 e 5 do mesmo capítulo 6:

“De fato, o aborto veio inutilmente e se foi para as trevas, e as trevas sepultaram o seu nome. Não viu o sol nem o conheceu, mas a sua sorte é sempre melhor do que a deste homem”.

Fica claro no texto que a situação do abortado é melhor, porque não chegou nem a nascer e, portanto, não sofre as mesmas agruras do homem infeliz, já que este as sofrerá até o final de sua existência. São duas situações extremamente dolorosas e indesejáveis, mas o abortado, ainda que em sua condição, pode considerar-se privilegiado.
Grande absurdo é dizer que as Sagradas Escrituras consideram o aborto uma coisa boa. Não podemos perder de vista que toda a Bíblia é um hino de louvor à vida, não à morte. Como exemplo, vejamos o que está escrito no livro do Êxodo:
“Prestarás culto ao Senhor, teu Deus, que abençoará teu pão e tua água, e te preservarei da enfermidade. Não haverá em tua terra nem mulher que aborta nem mulher estéril. Completarei o número de teus dias”. (livro do Êxodo, capítulo 23 – versículos 25 e 26).

Portanto, também neste trecho do livro do Êxodo, as promessas de bonança, alegria e prosperidade excluem a existência do aborto. O homem que obedecer aos mandamentos do Criador e lhe prestar culto, tornando-se seu eleito, não conhecerá o aborto. Também ali a tese do nosso pregador do evangelho não encontra amparo, mesmo se tratando de aborto espontâneo, sem a ação do homem.
Motivo de preocupação é que, se ele engana-se assim ao interpretar o que está na Bíblia, os milhares de seguidores de sua doutrina também irão pensar assim e, pior, irão praticar assassinatos de seres humanos que ainda não vieram à luz. (Assassinato, porque é, a meu ver, a palavra mais apropriada ao ato de tirar a vida de alguém – caso do aborto).
A tragédia adquire maiores proporções porque irão assassinar acreditando que estarão fazendo a vontade de Deus manifestada na Bíblia.
Recentemente, com grande pompa e na presença do próprio presidente da República, foi inaugurada a emissora de televisão de sinal aberto que apresenta noticiários em tempo integral – propriedade do nosso personagem. Uma iniciativa digna de louvor pela proposta inovadora de programação.
Só que alguns dias após a inauguração, eu me decepcionei ao assistir um comercial naquela mesma emissora, onde uma jovem mulher muito bonita começava dizendo que tinha conquistado vários direitos, dentre os quais eu destaco o de votar, trabalhar fora de casa e dispor do seu corpo para o que desejar e da forma que considerar mais adequada. E dispondo do próprio corpo a seu bel prazer dizia que tinha o direito de abortar. Só não disse que o filho que, porventura, estivesse em seu ventre teria a vida e o direito de nascer. Ela se esqueceu de dizer que o corpo é seu, mas a vida seria de outrem. Patrocinava esse anúncio a rede de televisão de propriedade do nosso personagem e a sua igreja, que o assinavam colocando as logomarcas. Nada de mais se fossem empresas quaisquer emitindo suas opiniões. Afinal, vivemos num regime democrático, onde é livre a manifestação do pensamento.
O que incomoda é que essas organizações são estigmatizadas como cristãs,
pois seu controlador, notoriamente, alcançou projeção social como pregador do Evangelho. Quando alguém se refere a ele diz: “o dono da rede de televisão”. Foi assim que se referiu a vendedora da livraria onde adquiri o seu livro. Daí a emissora se confunde com a igreja e a igreja se confunde com a emissora. As pessoas não conseguem divorciar uma da outra, nem o seu dono de ambas.
Como cristão sinto-me extremamente desconfortável e considero as opiniões manifestadas no livro uma agressão, pois são apresentadas como doutrina de uma igreja que se professa, também, cristã.
Consideremos algumas das frases da página 224 do livro atribuídas ao personagem:
... “Nossos governantes deveriam se empenhar para isso e não se curvar diante da pressão de alguns segmentos religiosos” (podemos ler Igreja Católica); “Certamente, grande parte de nossas mazelas sociais diminuiria”; (...) “O número de meninas solteiras de 12, 13 anos dando à luz não pára de crescer”; (...) “Qual a estrutura que um garoto de 14, 15 tem para ser pai? O que uma garota que mal entrou na adolescência tem para ser mãe”; (...) “A mulher precisa ter o direito de escolher”; e o mais triste: “Eu creio na Bíblia”.

Certamente ele não se referiu à Bíblia Sagrada, aquela adotada por todas as denominações cristãs. Ela está repleta de preceitos sobre a castidade, o que deveria ser ensinado principalmente aos adolescentes, por motivos óbvios. No livro do Gênese consta uma ordem do Altíssimo: “Crescei e multiplicai-vos”, o que não quer dizer sair por aí praticando sexo inconsequentemente, gerando novas vidas, para em seguida destruí-las sob o argumento de que não foram desejadas. Isso é irresponsabilidade e crime. Não foi essa a ordem do Criador.
Ademais, não é necessário que alguém seja religioso para considerar que gravidez indesejada é consequência de um ato ilícito. E traz consequências desastrosas em qualquer situação. Em todas as circunstâncias é salutar e recomendável que as meninas e as mulheres solteiras ou separadas não engravidem. Mas as palavras do líder daquela igreja deixam transparecer que o ensinamento lá é que não há nada de mais em se cair nas tentações da depravação, fazendo corar de vergonha até os habitantes de Sodoma e Gomorra - se possível fosse; e depois? Depois nem tudo estará perdido, pois é só abortar! Cometer homicídios de inocentes que não têm a menor chance de defesa, primeiro porque são ainda “projetos” de vida; segundo porque são assassinados pelas pessoas que geraram suas vidas, tornando-se co-criadoras juntamente com Deus, e deveriam defendê-los até as últimas conseqüências.
Não estamos nem imaginando que a permissão para abortar seja extensiva aos pais e mães de família (os casados), pois acreditamos não haver tamanha insanidade naqueles que, mesmo às suas próprias maneiras, pregam o evangelho de Jesus Cristo. E pode ser que não atentaram para o problema, mas as palavras
publicadas na forma acima, como sendo pronunciadas pelo líder religioso, incentivam homicídios em série, porque o aborto é mais comum entre as mulheres que não deveriam engravidar – adolescentes e solteiras ou separadas. E, infelizmente, elas raramente ficam na primeira gravidez.
Mas, pelo que estamos constatando nas palavras do líder, é crível pensar que na igreja liderada por ele considera-se perda de tempo falar e doutrinar as pessoas com ensinamentos tão “obsoletos”, completamente fora da realidade do mundo atual. Afinal, a modernidade está aí a exigir soluções rápidas, fáceis de serem entendidas e praticadas. Daí seus pastores têm caído na tentação de reproduzir a mesma conduta que deveriam reprovar como líderes de uma igreja que professa seguir os ensinamentos de Jesus.
Pelo que pudemos constatar na leitura daquela biografia é possível apreender que a “teologia” da prosperidade apresenta-se fácil de praticar. Para utilizar um termo da moda poderíamos dizer que é muito
ligth em matéria de doutrina. Não é necessário sobrecarregar os fiéis com ensinamentos pesados e difíceis de assimilar. Isso levaria muito tempo, gerações inteiras passariam até que os resultados começassem a aparecer. Muito mais fácil e prático é moldar-se às coisas que o século presente ensina e, se possível, enganar aos desatentos, vestindo com roupagem divina ao que há de mais repugnante no ser humano. Aí, mesmo que não se perceba, está se realizando o projeto do anticristo.
Ao que temos visto nas pregações televisivas, podemos interpretar que a outra faceta dessa “teologia” – a sua principal característica – é convencer que, sendo Deus rico e poderoso, seus filhos também devem lutar para serem ricos e poderosos. Nada muito além disso. Só que esse é o grande engano a que os seguidores dessa doutrina são arrastados.
É impossível aceitar que alguém dizendo professar a mesma fé que a minha, portanto, alguém que diz possuir a mesma “identidade” que eu, cometa equívocos como os aqui tratados e todos os demais cristãos permaneçam indiferentes como se essa conduta fosse comum a todos nós. E acho proveitoso alertar aos pregadores daquela igreja sobre os perigos a que se expõem no tocante à salvação das próprias almas, porque existe uma advertência no evangelho de Mateus:
Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu...” (evangelho de Mateus, capítulo 5 - versículo 19).

E falando em mandamentos vejamos o que está, bem claro, no decálogo:
“Não Matarás” (livro do Êxodo, capítulo 20 - versículo13).

Podemos deduzir que aqueles que ensinam outros a matar (abortar é matar), nas palavras de Jesus, estão excluídos dentre os seus eleitos. No mesmo evangelho de Mateus existe outra advertência bem mais severa àqueles que, ensinando a santa Palavra, e até fazendo milagres em nome de Jesus e expulsando demônios, levam vida contrária ao que pregam. Vejamos o que está escrito:

Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu. Naquele dia muitos me dirão: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos tantos milagres?’ Então eu vou declarar a eles: jamais conheci vocês. Afastem-se de mim, malfeitores!” (evangelho de Mateus, capítulo 7 – versículos 21 a 23).

É desolador uma pessoa conhecida publicamente como pregadora de Jesus Cristo, liderando grande contingente de pessoas, apresentar-se completamente equivocada, demonstrando-se despreparada (ou muito bem preparada!) a ponto de permitir a publicação das palavras aqui tratadas como sendo suas. Assertivas como essas do pregador do evangelho, autorizam divagações a respeito dos motivos pelos quais ele que, queiramos ou não, tem o poder de influenciar uma multidão de pessoas, toma atitudes como essa.
O que esconderiam tais palavras?
À luz da razão, não é possível aceitar que alguém estudioso da Sagrada Escritura, doutor em teologia (como consta em sua biografia), comandando um batalhão de pregadores do evangelho possa apresentar-se tão sem entendimento da Palavra de Deus a ponto de contradizê-la.
Certamente outros cristãos considerarão não valer a pena dar importância a coisas tão pequenas e de pouco significado. Mas eu penso em tantas pessoas que reputam como verdadeiras as palavras equivocadas do líder. Por isso eu busco ficar em paz com a minha consciência, alertando sobre os perigos de cair em desgraça diante de Deus por não criticar o que ouvimos (ou lemos).
Fazendo presente a idéia de que estamos tratando tão somente das idéias manifestadas pelo personagem de quem estamos tratando, publicadas no livro – nunca de sua pessoa –, devo dizer que o aborto em nosso país ainda é crime. Na legislação vigente são raras as situações em que é admitido, no máximo umas duas ou três. Mesmo as pessoas indiferentes às coisas espirituais, que não praticam religião alguma – a maioria da sociedade civil – rechaçam o aborto. Projetos de lei no Congresso Nacional estão engavetados exatamente porque as pesquisas de opinião têm demonstrado que a maioria esmagadora dos brasileiros – cerca de mais de oitenta por cento – não admite sua legalização.
Tendo ciência do que está escrito no livro que analisamos, é fácil perceber quem são boa parte dos vinte por cento favoráveis ou indiferentes ao crime que podemos (e devemos) classificar como hediondo.
Para os cristãos isso é motivo de tristeza.

V - PRISÃO INJUSTA?
Prosseguindo a leitura deparamos com um obstáculo ao desejo de tratar tão somente das idéias e opiniões do nosso personagem publicadas no livro que analisamos. Isso porque as páginas 17 a 50, portanto 33 páginas (cerca de 12% do livro), tratam da prisão sofrida por ele em 1992. De sorte que não podemos desprezar parte tão extensa da obra.
Ficou evidente a preocupação em desvirtuar os verdadeiros motivos da prisão, de maneira que ela é atribuída a arbitrariedades da Justiça, a perseguições religiosas e a pressões de grupos empresariais da área de comunicação incomodados com a aquisição de sua rede de televisão.
Presunçosamente usou-se o argumento de que ele foi detido para amenizar o impacto produzido sobre a opinião pública pela CPI do Congresso Nacional que investigava os desmandos do então presidente da República. De acordo com esse argumento, se o foco do noticiário recaísse sobre outro escândalo, o presidente teria mais sossego para tentar impedir a cassação do mandato.
Tempos atrás Luis Fernando Veríssimo criou uma personagem, crédula ao extremo, chamada de “A Velhinha de Taubaté”. Ela confiava piamente nas autoridades do país – os generais do regime militar. Se eu estiver equivocado, que me corrijam aqueles que conhecem mais a respeito.
Evidentemente eu não sou a Velhinha de Taubaté, mas acredito no meu país, apesar de tudo o que tem acontecido no âmbito da política. Mais ainda, confio no Poder Judiciário, na honestidade dos juizes, salvo raras exceções; no Ministério Público; nas policias Federal, Militar e Civil, como instituições. Evidentemente existem desvios de conduta, mas são casos individuais, de pessoas que, na maioria das vezes, abusam da “autoridade” ou caem na tentação do suborno.
A liberdade do ser humano é um dos direitos mais sagrados, e ninguém pode ser preso sem ter cometido crime. Por isso estou convencido de que aquela prisão não foi um ato arbitrário – a busca de um bode expiatório ou boi de piranha – para abafar os escândalos políticos da época. Muito menos perseguição religiosa ou disputa pelo mercado de comunicação. É difícil aceitar que tantas autoridades tenham se equivocado. Obviamente houve investigações, havia um processo tramitando na Justiça e ele deve ter tido oportunidade de defesa. Se a conclusão foi a de que era necessária a detenção, ela foi determinada e cumprida.
Também acho descabida a alegação de “show de pirotecnia” defendida por ele ao referir-se à forma como foi detido. A polícia deve ter considerado aquela a melhor forma, face às peculiaridades do caso. Acredito que a reação do público seria a mesma, quer a detenção fosse realizada na rua, na igreja ou em sua residência. Afinal, o detido era pessoa conhecida publicamente, pois quase todos os dias estava na TV.
É improvável que ocorressem as reações que agora ele descreve como possíveis caso a detenção tivesse ocorrido na igreja, na hora do culto. O povo brasileiro, inclusive os freqüentadores daquela igreja, é ordeiro e pacífico, e, na imensa maioria, obedecem às leis e às autoridades constituídas, o que é de se esperar de uma nação que vive num regime pretensamente democrático.
Segundo as palavras do próprio biografado, na página 26, uma das acusações era a prática de charlatanismo. É provável que exatamente aí estivesse o principal motivo da pendenga judicial.
No dicionário da língua portuguesa, uma das definições para charlatão é aquele que explora a boa-fé do público. Por isso, a meu ver, havia fundamentação para essa acusação. Basta atentar para as práticas amplamente conhecidas daquela igreja.
Acredito que todos os brasileiros já assistiram, alguma vez, em seus programas de rádio ou televisão, um testemunho parecido com este:

“A minha vida era muito difícil. Eu e minha família não tínhamos casa, nem emprego, nem alimento, nem estudo, nem meios de transporte. Meus filhos eram drogados, meu esposo vivia embriagado, não me amava e nós brigávamos muito. A vida era um inferno. Eu procurei ajuda nos terreiros de umbanda, saravá, espiritismo, igreja católica, e as coisas só pioraram. Até que um dia, passando pela rua, sem querer, encontrei a igreja (...). Entrei lá, fui muito bem acolhida e me senti muito bem. Passei a freqüentar os cultos, as sessões do descarrego, a fogueira santa de Israel. Meu esposo e nossos filhos também passaram a freqüentar os cultos e a vida mudou completamente. Hoje somos muito felizes, meus filhos não se drogam mais, meu esposo não bebe mais, me ama muito e somos felizes no casamento.
Quando fazia três meses que estávamos na igreja, compramos nosso primeiro carro. Hoje temos três carros importados, cinco casas com piscina, duas casas na praia, vinte apartamentos, duas chácaras de lazer, somos donos de três empresas que exportam para o mundo todo, os negócios vão muito bem, meu esposo me ama.
Hoje minha vida é uma maravilha!”.

Eu já assisti a muitos desses “testemunhos” enriquecidos com dramatização, produção de pequenas novelas, com o intuito de gravar bem na mente das pessoas a mensagem que se quer passar. E, mais recentemente, tenho ouvido no rádio eles dizendo que participaram do altar do sacrifício – condição indispensável para obter as graças – onde fazem ofertas de envelopes, cujo conteúdo, embora não revelado, levam a crer que seja dinheiro.
Mas essas pessoas parecem não existir na vida real. Eu realizei pesquisas e não encontrei nenhum membro daquela igreja com esse perfil. Bem ao contrário, encontrei pessoas lutadoras, que batalham arduamente para sobrevier, como qualquer cidadão. Posso até citar o exemplo de um ex-cunhado meu que entrou para aquela igreja há mais de vinte anos (é quase um membro fundador) que continua sendo zelador de condomínio residencial em Curitiba, exatamente como quando começou. É um homem honesto e trabalhador, mas continua tão pobre quanto era antes de entrar para a igreja. E assim são todos os que eu conheço.
É importante salientar que pobreza material não constitui defeito. Ela não é mais que um estado de vida que precisa ser revertido, e contra a qual todos devemos lutar.
Mas eu continuo esperando conhecer pelo menos uma dessas pessoas que vivesse exatamente o que dizem nesses testemunhos.
Se charlatão, dentre outros delitos, é o explorador da boa fé do público; e, se charlatanismo é crime, temos o direito de pensar que houve e ainda há crime. E torna-se necessário averiguar mais profundamente o que vemos na televisão e ouvimos no rádio.
Nas vidas daquelas pessoas aconteceu realmente o que elas dizem? Ou são atores e atrizes contratados para fazer propaganda? Ou são membros do grupo dirigente da igreja relatando experiências que os simples fiéis jamais conseguirão realizar?
Ainda que uma só delas fosse encontrada vivendo na realidade o que dizem no rádio e na televisão, não seria obra de Deus. Simplesmente porque Ele não age dessa forma.
É dolorosa a apresentação de Jesus Cristo como um mercenário, um deus que só tem o poder de retribuir os valores doados como dízimo ou ofertas na igreja – o que se vê nas pregações transmitidas pela televisão e pelo rádio; um deus que só tem olhos para os abastados de dinheiro, os afortunados, excludente dos pobres e pequeninos. Esse não é o verdadeiro Jesus. O Jesus real é aquele que diz frases como estas:
Eu te bendigo, Pai, porque escondestes essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pobres e pequeninos”. “É muito difícil um rico entrar no Reino do Céu. É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Céu”.
Certamente, alguém, indo além na leitura, dirá: aos homens isso é difícil, mas a Deus tudo é possível”.Só que aquelas palavras de Jesus são claras... E, diga-se de passagem, Ele próprio sendo Criador e “dono” de tudo o que existe no Universo, nasceu pobre como um mendigo, viveu pobre no meio dos pobres, e sempre se detinha em entreveros com os representantes da elite do seu povo. Ele nunca abandonou a predileção pelos pobres e desvalidos, aqueles que não tinham nem voz, nem vez na sociedade judaica da época.
 

                                                        ( ... )
 

XXI - O JULGAMENTO FINAL

“Não julgueis, e vocês não serão julgados. De fato, vocês serão julgados com o mesmo julgamento com que vocês julgarem, e serão medidos com a mesma medida com que vocês medirem”. (evangelho de Mateus, capítulo 7 – versículos 1 e 2).

Acredito não ser exagero imaginar que muitos leitores ao tomar conhecimento deste trabalho o encarem como um julgamento que fizemos da pessoa do biografado, contrariando o ensinamento do texto do evangelho de Mateus acima.
Mas entendemos que o julgamento a que Jesus se refere é aquela opinião preconceituosa que muitos têm de outrem, sem nenhum conhecimento de fatos.
Durante todo este trabalho, por mais difícil que fosse, procurei ater-me ao que está contido na obra analisada. Se as opiniões e as palavras estão ali expostas, certamente elas provocam reações. E é bom que seja assim. Isso valoriza a obra, já que não permitiu a indiferença entre leitores como eu.
O contrário seria frustrante para os envolvidos em sua realização.
Todos os leitores de seu livro, acredito, sentiram-se questionados, positiva ou negativamente. E muitos, creio, manifestaram suas opiniões às pessoas de sua convivência.
Eu apenas fui mais longe.
São fatos perturbadores o que está no livro, considerando-se que se trata de um cristão aquele que realiza tudo o que se divulgou.
Mais perturbador ainda é o que estamos todos vendo acontecer: um cristão pregador da Palavra de Deus administrando ao mesmo tempo uma organização religiosa e uma empresa de comunicação de programação inteiramente secular. Isso só já seria de espantar.
E como se isso não bastasse, a empresa de comunicação apresenta uma programação tão profana do ponto de vista cristão, ou até pior que as de suas concorrentes, numa verdadeira afronta a tudo que o cristianismo ensina.
Se alguma diferença existe, é para pior, vez que as outras emissoras nunca foram tão longe na permissividade que se dão, já que a censura externa – corretamente – não existe em nosso país.
Então, a situação com que nos deparamos é que o nosso personagem, moralmente, encontra-se numa encruzilhada; e pode escolher para que lado seguir. Ele poderá escolher entre trilhar autenticamente os caminhos da missão religiosa, desvinculando completamente o seu nome das empresas de comunicação; ou, então, abandonar por completo o púlpito e dedicar-se inteiramente ao mundo das comunicações.


Como uma terceira opção ele poderia transformar a programação de sua TV para algo mais decente, condizente com sua condição de cristão pregador da Santa Palavra. Isso é verdadeiramente possível.
Bastaria que afastasse os desavergonhados apelos à sensualidade, ao erotismo e aos vampiros mutantes das novelas; mudasse as pautas dos telejornais para o lado positivo dos acontecimentos; transformasse os programas humorísticos, suprimindo os apelos às baixarias das piadas e cenas picantes, afim de que toda a família pudesse se divertir sadiamente; enfim, que abandonasse os apelos à audiência através de reportagens especiais que fizessem apologia à pornografia.
É possível ser diferente? É. Um cristão pode ser proprietário de um canal de televisão comercial? Pode, desde que continue a ser cristão no verdadeiro sentido da palavra.
Isso implicaria em mudanças radicais. E poderia até acontecer de os pontos no Ibope aumentarem, já que o público estaria vendo algo diferente das mesmices dos programas televisivos.
Haveria resistências entre os profissionais que prestam serviços à empresa? Certamente. Mas esses mesmos profissionais já torceram o nariz quando um “crente” adquiriu o controle acionário da organização. Nem assim ela deixou de existir.
Então seria só tentar.
Porque se continuar do jeito que está, mesmo que nosso personagem passe ileso pelo julgamento dos homens, certamente terá que prestar contas Àquele a quem diz servir quando está em sua igreja.
E Ele é reto e justo em seus julgamentos.




















sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

POLÍTICA SOCIAL NO BRASIL - O QUE PODE MUDAR?

Nos últimos dias, temos visto nos noticiários a polêmica sobre a atuação do governo em relação ao Orçamento da União para 2009.
A polêmica é em torno dos cortes de gastos anunciados num dia e a alocação de recursos para o Bolsa-Familia logo no dia seguinte. Acredito não haver critérios, ou sinceridade na posição daqueles que criticam a alocação de recursos para o bolsa-familia.
Ele é um programa assistencialista? Sim. Populista? Nem tanto. Somente quem conhece a realidade da vida de muitos pais e mães de familia, por este Brasil afora, notadamente no Nordeste, pode avaliar quanto valem os míseros reais que buscam todos os meses nas casas lotéricas e bancos. Na maioria das vezes são os únicos recursos de que dispõem para dar de comer aos filhos.
Lògicamente qualquer pessoa que dispõe de dinheiro para o supermercado, quem nunca precisou preocupar-se com o que comer, saciar a fome, sempre estará do lado daqueles que criticam a ação do governo.
Já ouvi políticos de oposição e economistas defendendo que ao invés de dar dinheiro aos pobres, o governo deveria utilizar esse mesmo dinheiro para injetar crédito na economia, para gerar novos empregos, etc, etc. Tudo isso é verdade. Mas não se pode esquecer daqueles que não conseguiriam ser empregados nos novos postos de trabalho que o crédito abriria. Simplesmente porque não têm a tão exigida qualificação, nem a escolaridade mínima para qualque tipo de trabalho hoje em dia. Bons sinais dos tempos!
Então, o que fazer? Vamos voltar àquela difícil e, ao mesmo tempo, fácil questão: "dar o peixe, ou ensinar a pescar?"
E não há outro jeito de resolver a questão, a não ser considerar que existem pessoas em nosso país tão debilitadas, física e moralmente, que não conseguiriam empunhar o anzol para pescar. E continuariam a morrer de fome à beira do lago. A estes não resta outra coisa a fazer a não ser dar o peixe.
Agora, é claro, que também existem aqueles prontos para a pesca. Aí não há porque não entregar-lhes as varas e ensiná-los a pescar. Tudo é uma questão de bom senso.
Desde que ouvi falar, aianda em seu planejamento, do programa assistencialista do governo Lula, eu tive ressalvas a fazer quanto a sua forma de operacionalização, já que os parcos recursos são entregues aos prefeitos das cidades onde residem os desvalidos. E isso não dá certo.
Eu conheço uma cidade no sertão bahiano onde o prefeito cadastrou para bebeficiarem-se do programa seus correligionários e eleitores que ele sabia que faziam parte de seu curral eleitoral, em deprimento de muitos miseráveis, simplesmente porque não eram seus eleitores. E isso é a regra em todo o interior do nosso país.
Qual, então, a sugestão? Retirar das prefeitutras a operacionalização do programa e fazê-lo através de servidores federais lotados nas cidades-foco. Custaria mais? Claro que sim. Mas haveria mais justiça na aplicação dos recursos. E poderia acontecer até de reduzir a necessidade de gastos, porque muitos daqueles que se beneficiam indevidamente deixariam de se beneficiar.
Outro ponto que reprovo com muita propriedade no programa é a falta de uma porta de saída. Todo pai e mãe de familia sentiria orgulho em poder sustentar sua prole com os recursos oriundos do próprio trabalho. A falha está no fato de não se exigir nada de reciprocidade do asssistido.
Se fosse comigo, além de disponibilizar escolas profissionalizantes para os assistidos, todos eles teriam um prazo para receber a "esmola". Findo o prazo (três anos é um bom período), a familia seria excluída do programa, só podendo voltar depois de certo tempo.
Isso estimularia a aprender a pescar. E se alimentar com os próprios peixes. E as gerações futuras não precisariam mais da esmola, porque cresceriam com outra mentalidade...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A TV, OS BBB's E OUTROS BICHOS

Na noite de ontem, pela primeira vez, assisti ao programa BBB da Rede Globo. Há tempo venho ouvindo as pessoas comentarem a respeito, mas nunca me encorajei a assistir (parece absurdo existir um ser humano neste país que nunca havia assistido ao badalado programa, mas é realidade. Quem duvidar pergunte aos meus familiares).
E acho que não estava errado em não dar importância. Pois o que vi foram cenas lastimáveis dos pontos de vista dos bons costumes: insinuação de lesbianismo, babaquices de toda sorte, libertinagens nem sempre aconselháveis a todas as pessoas de uma familia, embora, sabemos, até as crianças de 7, 8 anos assitem a todas as babaquices apresentadas.
É interessante ver como ainda somos um povo que vivemos muito abaixo da crítica, já que não filtramos o que pode edificar, ou o que pode minar nossos costumes.
Como eu disse logo ali em cima, eu nunca me sentei na poltrona para assistir ao BBB como programa de TV em um horário reservado. Mas assisti alguns de seus integrantes numa redoma de vidro num shoping, como verdadeiros micos no zoológico enquanto as pessoas os admiravam do lado de fora. Se não me falha a memória, num flash de reportagem para outro programa da mesma emissora.
E vi, com os meus olhos que a terra há de comer, até um psiquiatra fazendo uma análise do comportamento daqueles desocupados (porque se dispõem a permanecer não sei quantos meses confinados num ambiente fechado, de papo p'ro ar, sem produzir nada que valha a pena).
É bem verdade que se permanecem tanto tempo como desocupados, na mais completa vadiagem, é porque do lado de cá, nas casas de tantas famílias brasileiras, existem alguns milhões de olhos e ouvidos aplaudindo as tolices que fazem. E - o pior - gastando dinheiro com ligações telefônicas para votar. Só com as quase vinte milhões de ligações recebidas no programa, a emissora já arrecadou, multiplicado várias vezes, o valor do prêmio que dará ao vencedor da disputa. Sem falar na empresa de telefonia, que pega carona na avalanche de pessoas apaixonadas. Surpreendi-me ao ver os números dos telefones disponibilizados para o público, pois achava que seriam 0800 (aqueles de ligações gratuitas).
Mas, pelo visto, não são apenas aqueles que se submetem ao domínio do império dos meios de comunicação para adquirir fama, ainda que efêmera. Porque do lado de cá, somente no dia de ontem, foram mais de 16.000.000 de babacas, pagando para ver a continuação do lamentável e, para mim, decadente show.
É lamentável observar que esse tal "grande irmão", conseguiu ser pior até que o Show da Xuxa...

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